segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Educação x Comunidades virtuais.



As atuais políticas educacionais, necessitando uma maior adequação à realidade dos educandos sugerem que se capacite os profissionais que atuam na área de Educação para que percebam-se aptos a atuarem de forma criativa e inovadora favorecendo assim o processo ensino-aprendizagem como um todo. Com isso a educação a Distância aparece cada vez mais no contexto das sociedades contemporâneas, como uma modalidade extremamente adequada e desejável para atender às novas demandas educacionais decorrentes das mudanças na nova ordem econômica mundial. Portanto as comunidades vituais estabelece relações num espaço virtual através de meios de comunicação a distância. Se caracteriza pela aglutinação de um grupo de indivíduos com interesses comuns que trocam experiências e informações no ambiente virtual. Um dos principais fatores que potencializam a criação de comunidades virtuais é a dispersão geográfica dos membros. O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs minimizam as dificuldades relacionadas a tempo e espaço, promovendo o compartilhamento de informações e a criação de conhecimento coletivo.

OS BENEFICIOS DAS COMUNIDADES VIRTUAIS.

Colaboração

Tal como numa comunidade tradicional, uma comunidade virtual permite uma interacção entre os seus diversos elementos de forma a oferecer apoio e/ou trabalhar conjuntamente na prossecução de um determinado objectivo. Sendo que esta comunidade poderá incorporar elementos de todas as áreas e locais, admitindo uma correcta orientação, compreendemos que resultados mais aprofundados poderão ser obtidos.
Por outro lado esta colaboração poderá ser pura, uma vez que não existirá influências sociais no seu desenvolvimento, sendo cada contribuição avaliada essencialmente pelo seu conteúdo.
Acrescentamos ainda que, quando consideramos objectivos para os quais é necessário um peso elevado de participação (abaixo-assinados, protestos) o facto de a Internet apresentar um número infinito de comunidades permitirá a maior velocidade de propagação da mensagem.

Aprendizagem

O conhecimento pode ser encarado como o principal activo que um indivíduo possui. Com o aparecimento de comunidades a exporem e trocarem os seus conhecimentos mais facilmente qualquer indivíduo poderá apreender novas temáticas.
Claro que através de instituições de ensino esta característica é largamente oferecida. No entanto é de extrema importância o diálogo entre os intervenientes de forma a compreender os diversos pontos de vista permitindo assim aprofundar e preparar todas as vertentes das matérias em análise.
Através das comunidades virtuais, e tendo em conta a riqueza de análise de cada cultura, mais facilmente quem investiga poderá receber ensinamentos não influenciados pelo local onde faz o seu estudo assim como diferentes forma de analisar a questão.
Uma outra questão que julgamos ser importante no dia-a-dia passa pela constante contribuição em todos as decisões que tomamos. Em qualquer assunto onde tenhamos uma dúvida facilmente obtemos respostas. Note-se que estas respostas não serão influenciadas concedendo uma maior capacidade de sustentação das decisões tomadas. Esta característica poderá ajudar em assuntos tão triviais como a aquisição de um telemóvel, como a matérias mais complexas tais como que tipo de poupança efectuar. Através do testemunho das experiências de outros, os indivíduos poderão obter ensinamentos úteis para o desenrolar da sua vida.

Desterritorialização

Tradicionalmente a limitação territorial potencia graus de desenvolvimento intelectual diferentes significativos. Este facto não se deve à maior ou menor capacidade dos indivíduos mas sim ás dificuldades de acesso aos grandes focos populacionais. Neste locais as capacidades poderão ser mais desenvolvidas através de uma maior interacção social. Com o aparecimento de comunidades virtuais, de qualquer parte do mundo se pode obter esta interacção. Inclusivamente esta interacção foi alargada a um nível global. Se até aqui as comunidades eram essencialmente regionais, hoje em dia as comunidades são mundiais, permitindo o acesso a pessoas de todos os países e continentes.

Ser Social

Tal como foi observado no ponto anterior as comunidades permitem não só uma aproximação regional, como global. O ser humano apresenta uma necessidade natural de interacção. Através das comunidades esta interacção permite uma ligação a todo o mundo. Antes das comunidades virtuais geralmente as pessoas estavam limitadas às comunidades locais onde vivia. Assim, de certa forma, as interacções eram impostas, havendo dificuldade em escolher com quem se quer interagir. Uma consequência era também a anulação de alguns interesses uma vez que não existia com quem os partilhar.
Com as comunidades virtuais existe total liberdade de escolha das comunidades onde se pretende estar, permitindo e potenciando todo o tipo de interesses, sendo que em todo o mundo será mais fácil encontrar quem apresente interesses equivalentes. O local deixa de ser uma limitação passando a ser também um ponto de interesse, uma vez que normalmente existe o interesse de conhecer novas culturas.


COMUNIDADES VIRTUAIS

O termo “comunidade virtual” designa pessoas reunidas na Internet por valores ou um interesse comuns (por exemplo uma paixão, um lazer ou um ofício). O objetivo da comunidade é criar valor a partir das trocas entre membros, por exemplo partilhando dicas, conselhos ou, muito simplesmente, debatendo um assunto. Além disso, uma comunidade de utilizadores de dimensão importante pode valorizar a imagem do site, porque fornece um forte capital de simpatia e cria um sentimento de confiança no usuário da internet. . No entanto, se o perímetro da comunidade não for definido correctamente, podem aparecer cisões e cristalização de frustrações. A comunidade corre então o risco de produzir o efeito oposto do desejado, ou seja, veicular uma imagem negativa.
Segundo Howard Rheingold, as comunidades virtuais são agregações sociais que emergem da Rede quando existe um número suficiente de pessoas, em discussões suficientemente longas, com suficientes emoções humanas, para formar teias de relações pessoais em ambientes virtuais, alterando de algum modo o Eu dos que nele participam.
A possibilidade da comunidade virtual vem da intersecção de três tecnologias: o computador, o telefone e o software conhecido como internet - que é, na realidade, o sistema operativo para a rede telefônica digitalizada. O telefone providencia comunicações em dois sentidos e uma infra estrutura para ligar globalmente; o computador digitaliza e armazena informação, e providencia uma interface ao utilizador; a internet permite aos computadores utilizarem o sistema telefônico. À medida que o sistema telefônico se torna também digital, links de grande largura de banda estão também acessíveis por todo o lado, aumentando o potencial deste novo híbrido tecnológico.
O termo comunidade virtual sugere aparentemente comunidades que só existem no ciberespaço. Mas implica, mais exatamente, uma nova forma de ligação que passa a existir no meio de, ou entre, comunidades no espaço real, biológico, ligando-as e estendendo-as, trazendo mesmo novas comunidades reais para o seu contacto. É um alargamento da comunidade pela adição de um novo espaço de interação, espaço virtual onde fluxos expandidos de relações solidárias podem ser criados. É um curto passo a fusão do espaço mental de indivíduos de um modo que expande o próprio conceito de comunidade.
A comunidade virtual de aprendizagem, como ambiente pedagógico, no qual práticas educativas estão em cena, precisa ser um lugar de reencantamento.
Como nos alerta Rubem Alves, um lugar que proporcione o prazer, o viver e o sonhar. Assmann (1998: 29) afirma que “o ambiente pedagógico tem de ser lugar de fascinação e inventividade. Não inibir, mas propiciar aquela dose de alucinação consensual entusiástica requerida para que o processo de aprender aconteça como mixagem de todos os sentidos”.
Silva (2001) afirma que a aprendizagem está cada vez mais independente da sala de aula, mas a socialização necessita cada vez mais de espaços possibilitadores deste fenômeno. Para ele, o professor “hoje tem que dar conta” do espaço virtual, neste caso, das comunidades virtuais de aprendizagem, estas que não podem limitar-se ao falar-ditar tradicional.