segunda-feira, 27 de setembro de 2010



COMUNIDADES VIRTUAIS

O termo “comunidade virtual” designa pessoas reunidas na Internet por valores ou um interesse comuns (por exemplo uma paixão, um lazer ou um ofício). O objetivo da comunidade é criar valor a partir das trocas entre membros, por exemplo partilhando dicas, conselhos ou, muito simplesmente, debatendo um assunto. Além disso, uma comunidade de utilizadores de dimensão importante pode valorizar a imagem do site, porque fornece um forte capital de simpatia e cria um sentimento de confiança no usuário da internet. . No entanto, se o perímetro da comunidade não for definido correctamente, podem aparecer cisões e cristalização de frustrações. A comunidade corre então o risco de produzir o efeito oposto do desejado, ou seja, veicular uma imagem negativa.
Segundo Howard Rheingold, as comunidades virtuais são agregações sociais que emergem da Rede quando existe um número suficiente de pessoas, em discussões suficientemente longas, com suficientes emoções humanas, para formar teias de relações pessoais em ambientes virtuais, alterando de algum modo o Eu dos que nele participam.
A possibilidade da comunidade virtual vem da intersecção de três tecnologias: o computador, o telefone e o software conhecido como internet - que é, na realidade, o sistema operativo para a rede telefônica digitalizada. O telefone providencia comunicações em dois sentidos e uma infra estrutura para ligar globalmente; o computador digitaliza e armazena informação, e providencia uma interface ao utilizador; a internet permite aos computadores utilizarem o sistema telefônico. À medida que o sistema telefônico se torna também digital, links de grande largura de banda estão também acessíveis por todo o lado, aumentando o potencial deste novo híbrido tecnológico.
O termo comunidade virtual sugere aparentemente comunidades que só existem no ciberespaço. Mas implica, mais exatamente, uma nova forma de ligação que passa a existir no meio de, ou entre, comunidades no espaço real, biológico, ligando-as e estendendo-as, trazendo mesmo novas comunidades reais para o seu contacto. É um alargamento da comunidade pela adição de um novo espaço de interação, espaço virtual onde fluxos expandidos de relações solidárias podem ser criados. É um curto passo a fusão do espaço mental de indivíduos de um modo que expande o próprio conceito de comunidade.
A comunidade virtual de aprendizagem, como ambiente pedagógico, no qual práticas educativas estão em cena, precisa ser um lugar de reencantamento.
Como nos alerta Rubem Alves, um lugar que proporcione o prazer, o viver e o sonhar. Assmann (1998: 29) afirma que “o ambiente pedagógico tem de ser lugar de fascinação e inventividade. Não inibir, mas propiciar aquela dose de alucinação consensual entusiástica requerida para que o processo de aprender aconteça como mixagem de todos os sentidos”.
Silva (2001) afirma que a aprendizagem está cada vez mais independente da sala de aula, mas a socialização necessita cada vez mais de espaços possibilitadores deste fenômeno. Para ele, o professor “hoje tem que dar conta” do espaço virtual, neste caso, das comunidades virtuais de aprendizagem, estas que não podem limitar-se ao falar-ditar tradicional.

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